quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Pai que engravidou a filha sete vezes foi morto em rebelião de presos

O homem preso em Pinheiro, no Maranhão, condenado a 63 anos de prisão por abusar da filha , com quem teve sete filhos-netos, mantidos em cárece privado em um povoado isolado, foi morto durante rebelião na Delegacia Regional. José Agostinho Bispo Pereira, 55 anos, havia sido preso em flagrante no dia 8 de junho de 2010. A filha, com quem Agostinho mantinha um relacionamento matrimonial, tem 29 anos e era abusada desde o 12. A polícia comprovou, ainda, que a filha-neta de 8 anos já estava sendo abusada pelo pai-avô. Outros cinco detentos morreram durante a rebelião.

A rebelião na delegacia regional de Pinheiro começou na noite desta segunda-feira e terminou na tarde desta terça . Além de José Agostinho, outros cinco detentos morreram. O conflito teria começado numa briga entre presos. A cadeia está superlotada: tem capacidade para 35 pessoas e abriga atualmente 97. Para amenizar o problema, cinquenta presos serão transferidos para suas cidades de origem. Os presos exigiam melhores condições na carceragem do local.

José Agostinho mantinha a família afastada, sem ir à escola, pois sabia que, se alguém descobrisse, seria preso pela polícia. O caso foi comparado ao ocorrido na Áustria, onde Josef Fritzl, chamado "monstro de Amstetten", teve sete filhos com sua filha Elisabeth , que foi estuprada repetidas vezes por ele durante os 24 anos em que foi mantida presa num porão. Josef Fritzl foi condenado à prisão perpétua.

Em junho de 2010, uma rebelião, pelos mesmos motivos, aconteceu na Delegacia Regional de Pinheiro. Na época eles protestavam contra a falta de higiene e superlotação. Após a negociação, 40 presos foram transferidos para outras delegacias em comarcas próximas.

Um padre, um pastor e um representante da OAB ajudaram a polícia na negociação com os detentos. Mais de cem policiais cercaram a delegacia durante o tumulto. Entre eles, homens da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Grupo Tático Aéreo (GTA). O coronel Franklin Martins, comandante-geral da Polícia Militar, também esteve no local.

De acordo com a assessoria imprensa, os seis corpos já foram removidos do local. Um novo presídio deveria ser construído em 2004, mas protestos da população impediram a construção. O local abrigaria presidiários de toda baixada maranhense.

Fonte: Agência O Globo

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