quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Paisagens da tromba do elefante

Acostumado com as serras e as cordilheiras do Equador, país onde nasceu, o fotógrafo radicado em Natal, Fernando Chiriboga, se encantou com a geografia acidentada do Alto Oeste Potiguar. Percorrendo a tromba do elefante, de Patu a Venha Ver, o fotógrafo revela através de suas lentes uma paisagem quase desconhecida dos norte-riograndenses. “Fiquei fascinado pelas serras e cordilheiras do Alto Oeste”, disse Fernando. Em seu novo livro, “Serras Potiguares – Terras do Alto Oeste” estão 130, das centenas de fotografias tiradas na região. O livro, viabilizado através da Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura e Cosern será lançado hoje, às 19h, na Siciliano do Midway.

                          divulgaçãoEm sua viagem pelas serras potiguares, Fernando Chiriboga viajou até Portalegre, município da chamada Tromba do ElefanteEm sua viagem pelas serras potiguares, Fernando Chiriboga viajou até Portalegre, município da chamada Tromba do Elefante
O Alto Oeste Potiguar é uma região de beleza ímpar. Atravessando suas terras, estradas desvendam paisagens surpreendentes, cidades pitorescas, lugares inesquecíveis. No mapa do Rio Grande do Norte, com seu famoso contorno que imita a figura de um elefante, corresponde ao que seria a tromba do animal.

Localizado na porção sudoeste do estado, muitos dos seu municípios fazem divisa com a Paraíba e o Ceará e localizam-se em terrenos pertencentes ao planalto da Borborema. Pontos de um relevo antigo, de formas inusitadas, testemunhas de tantas idas e vindas de viajantes que se encantam com seus contornos marcantes, entre auroras e ocasos inesquecíveis. Interessante relevo entrecortado por açudes, rios, cachoeiras de indescritível beleza que só se mostram na temporada das chuvas, abençoadas chuvas que conferem clima ameno às terras altas e variados matizes de verde à vegetação local.

O Alto Oeste é terra de grande diversidade cultural, de poetas, escritores e intelectuais, de ricas manifestações folclóricas, de animadas festas populares e religiosas, de movimentados festivais de inverno, de rica gastronomia.

Pelas paisagens urbanas e suas fachadas coloridas, igrejas e praças ajardinadas, mostra-se uma gente amável em conversas de fim de tarde nas calçadas, a observar as brincadeiras infantis e o vaivém das motocicletas que, encontradas em grande quantidade por toda a região, transportam passageiros em seus afazeres cotidianos e muitas vezes carregam pai, mãe e dois filhos pequenos pelas ruas do lugar ou pelas estradas e rodovias que unem comunidades, vilarejos, cidades.

Imagens precisas

Fernando utiliza-se de recursos tecnológicos para detalhar os locais fotografados. Ele usa um GPS acoplado à câmera, para coletar os dados sobre a latitude, longitude e altitude das paisagens capturadas. Estas informações são especificadas numa ficha técnica, ao final do livro. “As pessoas podem colocar as coordenadas na internet e consegui localizar o ponto exato, onde foi feita a fotografia”, disse Fernando.

Nas páginas de Serras Potiguares – Terras do Alto Oeste, o fotógrafo eterniza mais uma vez as maravilhas potiguares. Além das fotografias, que ressaltam  as cores das belas paisagens formadas por serras, grutas, cavernas e cachoeiras, a obra apresenta um texto do escritor e professor Tarcísio Gurgel.

Em um dos trechos da apresentação, Tarcísio diz: “O olhar capta – estranha sensação – entre sereno e surpreso a beleza que se espalha do alto da serra. Mover arcaico da pupila traduzido em linguagem da informação: pan-horizontal interminável. Intérmina beleza. Volumes e reentrâncias. Cores e suas gradações. Cheiro de mofumbo. O sol rebrilha clorofilando árvores desde o poema de Jorge Fernandes. Ante o cenário primordial, mais próximo do céu, manifestam-se apelos místicos. E os anjos dizem amém”.

Em prosa poética, Tarcísio Gurgel fala da paisagem registrada no livro de Fernando: “Cômoros. Picos. Faldas. Lombadas. Boqueirão. Trilhas. Ladeiras. Crateras. Mirantes. Precipícios. Píncaros. Cavernas. Encostas. Plurais, as palavras sobem, descem, despencam, escondem-se, e se deitam suaves na paisagem”.

Fernando Chiriboga é autor de outros títulos, todos com paisagens potiguares. São eles: Matas Potiguares – Natureza e Surrealismo; Praias e Dunas – Rio Grande do Norte; Seridó – Paisagens de um Sertão Encantado; De Ondas e Ventos – Potiguares na Imensidão do Mar; e Natal – Luzes da Cidade.

Serviço

Lançamento do livro “Serras Potiguares – Terras do Alto Oeste” (R$ 60,00), de Fernando Chiriboga, hoje, às 19h, na

Livraria Siciliano do Midway. 

Fonte: Tribunadonorte

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