domingo, 13 de março de 2011

"É a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial", lamenta premiê japonês


Brasília - O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou neste domingo (13) que o país enfrenta a crise mais difícil desde a Segunda Guerra Mundial (1939/1945). "Este terremoto e tsunami, e também a situação que diz respeito à usina nuclear [de Fukushima], são talvez as adversidades mais difíceis que enfrentamos desde a Segunda Guerra Mundial, em 50 anos. Se nós, o povo japonês, podemos superar estas adversidades, isto depende de cada um de nós, cidadãos japoneses", disse Kan em pronunciamento transmitido pela televisão japonesa. "Acredito que podemos superar este grande terremoto e tsunami se nos unirmos."

O premiê também afirmou que o país terá que implementar um programa de cortes de energia. Kan citou a situação na Usina Nuclear de Fukushima, que sofreu uma explosão em um de seus reatores no sábado (12) e corre o risco de uma segunda explosão e acrescentou que poucas usinas foram afetadas pelo terremoto. "Estamos tentando garantir apoio elétrico de outras instalações e pedimos às indústrias para cortar o uso de eletricidade. Mas não temos nenhuma perspectiva de restaurar o fornecimento de eletricidade dentro dos próximos dias."

"Portanto, há uma grande possibilidade de que vamos continuar com falta de eletricidade e também há uma possibilidade de cortes do fornecimento de eletricidade em larga escala, e esse tipo de corte vai afetar as vidas das pessoas e também as atividades industriais", afirmou Kan.

Kan também falou sobre as operações de resgate. "Dois dias se passaram desde o terremoto e é uma corrida contra o tempo para as equipes de resgate. Vamos tentar fazer de tudo para salvar mais vidas." Naoto Kan afirmou também em seu pronunciamento que a situação na Usina Nuclear de Fukushima continua grave e que o fechamento desta e de outras usinas de energia, depois do terremoto, significa que o fornecimento de eletricidade está limitado.

Falando logo depois de Kan, o porta-voz do governo, Yukio Edano, afirmou que, apesar de os técnicos continuarem a injetar água do mar no reator 3 da usina, que está sob ameaça de novas explosões, os medidores não mostram o aumento do nível da água. "Não sabemos qual conclusão tirar disto", afirmou.

O primeiro-ministro japonês também afirmou que, a partir de segunda-feira, os cortes rotativos de eletricidade vão afetar também o fornecimento de água e gás, além de algumas instalações médicas. Neste domingo, autoridades do Japão informaram que existe o risco de uma segunda explosão na Usina Nuclear de Fukushima. A Companhia Elétrica de Tóquio (Tepco), operadora da usina, afirmou que os níveis de radiação em volta da usina aumentaram acima dos limites permitidos.

Cerca de 310 mil pessoas foram levadas para abrigos de emergência, muitos deles sem energia elétrica, segundo informou a emissora pública de TV japonesa NHK.

A polícia do Japão afirmou que o número de mortos apenas na província de Miyagi pode passar dos dez mil. Na província de Miyagi está o Porto de Minamisanriku, que foi levado pelo tsunami que ocorreu depois do terremoto de 8,8 graus na escala Richter, que atingiu a costa de Honshu, a cerca de 400 quilômetros a nordeste de Tóquio, na tarde de sexta-feira.

A repórter da BBC Rachel Harvey, que está nos arredores de Minamisanriku, afirmou que as estradas para a cidade estão bloqueadas e as equipes de emergência estão encontrando corpos entre os destroços. As autoridades japonesas tinham informado anteriormente que mais de 2 mil pessoas morreram ou estavam desaparecidas depois do tremor e tsunami de sexta-feira. O governo anunciou que o número de soldados trabalhando nas operações de resgate e ajuda na região será duplicado para 100 mil. Equipes internacionais de ajuda estão sendo enviadas ao Japão, sob coordenação das Nações Unidas (ONU).

Com informações da BBC Brasil.

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