sábado, 28 de agosto de 2010

Bandido de altíssima periculosidade é abatido em confronto com a polícia




Chega ao fim um rosário de crimes. Assassinato, assalto, latrocínio, tráfico de droga, reação à prisão, etc. Esses eram alguns dos crimes que Diego César da Silva de Moura, de 26 anos, conhecido como “Diego Neguinho”. Ele já vinha sendo “caçado” pelas polícias do Rio Grande do Norte e do Ceará há mais de dois anos. Diego morreu na manhã de ontem após nova troca de tiros (a última havia sido há 26 dias) com policiais potiguares em Tibau, cidade distante 37 km de Mossoró.

Carlos Costa/o diaAlém da pistola calibre 9mm e outros objetos, havia uma carteira do Ministério Público EstadualAlém da pistola calibre 9mm e outros objetos, havia uma carteira do Ministério Público Estadual
O último cerco montado contra Diego Neguinho – ele já havia escapado de vários só nos últimos meses – ocorreu em uma casa na praia de Tibau e contou com a participação de policiais de pelo menos três delegacias diferentes de Mossoró, além de uma delegacia de Natal, que também o procurava, além de policiais militares de Mossoró e de Tibau. Segundo o delegado Denys Carvalho da Ponte, da Especializada em Narcóticos (Denarc) de Mossoró, Diego reagiu ao perceber a aproximação dos policiais, como de costume. Houve troca de tiros e ele terminou morrendo.

A vítima foi levada para um hospital pelos policiais, mas não resistiu. Com ele, foram apreendidos uma pistola calibre 9 mm, munições e outros objetos, como um carro e uma moto que eram usados em suas fugas. Além dele, estavam no local do cerco ainda duas mulheres e mais três homens, que foram presos e autuados em flagrante por formação de quadrilha. “Essas pessoas estavam auxiliando Diego em suas fugas. Eles davam todo o suporte necessário para ele se deslocar no Rio Grande do Norte e no Ceará”, explica o delegado Denys, que já havia “caçado” Diego outras vezes.

De acordo com o delegado regional de Mossoró, Renato Batista da Costa, a operação de ontem foi realizada com uma série de cuidados para evitar que Diego César conseguisse escapar mais uma vez. Entre essas medidas, foram utilizados veículos descaracterizados para que o criminoso não percebesse a ação dos policiais. “Se a gente fosse em viaturas adesivadas, ele com certeza perceberia e teria maior chance de fugir, como das outras vezes”, explica o delegado regional de Mossoró, lembrando as várias outras operações que foram feitas para pegar Diego, sem sucesso.

A operação resultou na morte de Diego e na prisão de mais cinco pessoas que seriam ligadas a ele. Um deles é o taxista Francisco Nunes da Silva, que tem 57 anos e ajudaria o criminoso a fugir de Tibau; Viviane Tavares da Silva Barbosa, companheira de Diego; Lenilda Cristina Filgueira da Silva, amiga de Viviane; José Airton Filho, 30, o “Japonês”, que é irmão de Viviane; e Manoel Barbosa da Silva. Todos foram autuados em flagrante por formação de quadrilha, já que segundo a polícia agiam com Diego, e por favorecimento real, que é quando alguém favorece um foragido.

Acusado tinha extensa ficha criminal

Com uma extensa ficha criminal, onde constam inúmeros crimes dos mais variados tipos possíveis, Diego César havia se tornado um dos criminosos mais procurados do Rio Grande do Norte, como também no Ceará, mais precisamente na região Vale do Jaguaribe e cidades-praias.

A ousadia do criminoso o fez despontar como um dos mais procurados. De acordo com policiais que participaram da operação de ontem para prendê-lo, ele costumava mandar recados para a polícia, avisando que não se entregaria facilmente. “Ele dizia que não se entregaria e que se morresse, levaria um (policial) com ele. Mas, graças a Deus isso não aconteceu”, comenta um policial que pediu anonimato.

Nas últimas três últimas operações que foram montadas para prender Diego, em todas houve troca de tiros. O mais surpreendente é que ele sempre conseguia furar o cerco policial e escapava ileso. “É só ter paciência que um dia a gente prende ele. Valdetário (Carneiro) não caiu (morreu)? Por que que com ele vai ser diferente? Um dia chega a hora dele também”, comentou um outro policial, consultado pela reportagem após o penúltimo tiroteio, referindo-se a um dos criminosos mais procurados na região Nordeste do Brasil, que morreu em confronto em 2003.

Quando havia sido preso pela última vez, em março do ano passado na cidade de Tenente Ananias, no Alto Oeste potiguar, Diego César não chegou a reagir. Mas um dos seus comparsas não pensou duas vezes e abriu fogo contra uma equipe da Polícia Militar.

De lá, ele foi transferido por medida de segurança para o Presídio Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta. Porém, ele não demorou muito e escapou com outros 14 detentos no início desse ano. Desde então, policiais de várias delegacias do RN passaram a “caçá-lo” diariamente. Foram várias operações, muitas sem sucesso.

Há alguns meses, Diego escapou de uma operação conjunta entre policiais das Especializadas em Furtos e Roubos (Defur) de Mossoró e Natal, juntamente com outras DPs de Mossoró. A ação foi realizada na divisa do RN com o CE, próximo à Baraúna. Diego e sua quadrilha chegaram a capotar um carro na fuga e trocou tiros com a polícia, mas toda a quadrilha escapou.

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