Os
dois irmãos mossoroenses que morreram durante uma operação policial na
cidade de Umarizal na quarta-feira passada, 20, foram reconhecidos como
integrantes do trio que roubou um pequeno mercadinho na cidade por
testemunhas que prestaram depoimento à Polícia Civil. Apesar dos
depoimentos, a investigação busca ainda outras provas contra os dois
irmãos e um terceiro suspeito está sendo procurado. Para a família dos
irmãos, eles foram mortos em uma desastrosa operação da Polícia Militar.
Segundo o delegado Getúlio
Medeiros, que está à frente das investigações, todos os indícios
colhidos até o momento reforçam a versão dos policiais militares de
Umarizal, que disseram ter atirado contra os irmãos em legítima defesa.
Com
os irmãos Maxwuel Alisson Torquato Cosmo, 28, e Antônio Márcio Torquato
Cosmo, 27, os policiais apreenderam um revólver calibre 38 e algumas
cervejas com etiquetas do supermercado. O assalto ocorreu durante a
manhã da quarta-feira e os irmãos foram mortos na operação policial à
noite. Os depoimentos reconhecem também o carro usado pelos dois.
Por
enquanto, a polícia conta somente com provas testemunhais, todas contra
a versão dos familiares dos irmãos, segundo Getúlio Medeiros. Mesmo
assim, ele faz questão de frisar que ainda não tem uma conclusão sobre o
que realmente aconteceu. O delegado pondera que a investigação deve
possuir outros elementos, além das provas testemunhais. "As pessoas
prestaram depoimento e disseram que foram os dois e mais um terceiro.
Mas não vou me limitar aos depoimentos puramente; queremos provas que
possam robustecer a investigação", lembra o delegado.
Outra informação contestada por
Getúlio Medeiros, com base no que foi colhido até o momento, é sobre
supostas marcas de tiros à queima-roupa, o que colocava em xeque a
versão dos policiais militares e ascendia a ideia de uma dupla execução.
Visivelmente chateado com o surgimento desses boatos, o delegado
disparou: "Lamentavelmente, surgiram comentários maldosos sobre tiros à
queima-roupa. Isso aí não procede. Foi uma história maldosa que se
criou. Eu não sou nenhum perito, mas essa conversa não procede. Alguém
disse isso no local do crime e a história foi se espalhando", fala.
A fase inicial da investigação
já foi praticamente concluída, de acordo com Getúlio. Ele já colheu
todos os depoimentos, da vítima do assalto e dos policiais envolvidos na
operação, bem como de outras pessoas ligadas ao caso. Agora, explica o
delegado, a Polícia vai esperar pelo resultado de vários exames
periciais que foram feitos pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia
(ITEP) de Mossoró. Com os exames, o delegado espera esclarecer todos os
fatos a respeito dessa ocorrência policial. Por enquanto, Getúlio
Medeiros afirma não ter como precisar uma data para concluir toda a
investigação.
Fonte: Jornal de Fato
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